Uma coisa me incomoda,
A falta de inspiração.
A perda do tesão.
Não falo de tesão de macho,
Mas daquilo que acho,
De excitação,
De emoção,
De tesão pela vida,
Do que dá sentido a tudo.
Da dor de ficar mudo.
Nem o canário da terra
Que pousa na sucupira,
O curió que berra,
O beija flor do Ipê branco,
O sanhaço azul
Visitando-me diariamente,
Nem os cães de rua
Passando para um cumprimento
Encantam-me o bastante
Para trazer-me alento.
Nem o vento avareense
Que refrigera o calor
E congela o frio,
Traz o meu amor.
Ah! O vento...
O vento mora em Avaré.
Nem ele, tem inflado a vela da paixão.
Mas, aqui tomo meu café,
Aqui eu moro
E falta pouco,
Bem pouco,
Para estimular-me
Como louco.
Rubens Prata 03-10-09
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