7 de setembro de 2011

"Ser normal é a meta dos fracassados." 
Carl Jung

A gente estuda muito durante 50 anos, lê milhares de livros durante esses anos todos para descobrir finalmente que nada sabemos.

SÓ SEI QUE NADA SEI

As pessoas dizem de fulano, de ciclano,
Que é isso ou é aquilo,
Que fez ou não fez,
É desse jeito, de outro jeito,
Não tem jeito.

A tudo rejeito,
Porque de tudo só tenho uma certeza:
Só sei que nada sei.

R. Prata
O que nos leva a uma vida mansa é a velhice que nos rouba a vitalidade para uma vida ativa.

OBRIGADO MEU CRIADOR

A orquídea permanece formosa no vaso.
As rosas explodindo abundantes,
Esparramam aroma benfazejo no ar.
A musica. Escolhi meticulosamente a melhor.
A estátua aguarda o trabalho de amanhã.
Orei, meditei!
Paz retomada volita na casa,
Paz reforçada invade minha alma.
O por do Sol aguarda-me para mostrar-se desnudo logo mais.
O trevo está com quatro folhas,
A escrever voltei,
A arte apaixonada me espera
Para ter relações comigo o resto da tarde.
Espero. Abraçá-la madrugada adentro.
Por tudo, dou graças ao Criador.
Obrigado,
Obrigado,
Obrigado,
Obrigado,
Obrigado

R. Prata
Ser criança é ser um fedelho obrigado a  comer o que não gosta, a não comer o que gosta, a dormir quando está repleto de energia e a levantar quando está morrendo de sono.

HÁ UM ANO

Há um ano,
Não crio novas esculturas
Há um ano,
Não escrevo bela poesia
Há um ano perdi minha veia artística
Há um ano,
Não encontro minha alma
Há um ano,
Perdi minha vida.

Deus meu. Peço-TE,
Devolva minha arte.

R. Prata
Celebridade é aquele que não tem nada a dizer, não sabe como dizer, nem porque dizer.

TSUNAMI


Reminiscência da terra maltratada
Por tanta madeira cortada
Ressaca de um mar sufocado
Resquícios de um clima pesado
Rebelião da Terra ferida
Reflexos de um grito amotinado
Revolta de Gaia traída

R. Prata

1 de agosto de 2011

Escrever é a maneira mais rápida para desenvolver-me.

Daniel Namkhay - Um Bolero Galáctico

Uma pessoa feliz é sem dúvida o resultado inevitável de uma pessoa muito amorosa.

A BELEZA ETERNA

Dizem que a beleza acaba com os anos.
No teu caso, a beleza cresce com o tempo,
Na serenidade dos teus atos distantes da agitação juvenil,
Na paciência infindável que a vida lhe ensinou,
No pedaço de mistura que sempre reserva para aquele que ainda não comeu,
Na coragem que tens ao brincar com os netos mesmo sem força,
No sorriso singelo que dispensas mesmo quando seu corpo doe,
No perdão irrestrito que dispensa a quem te fere,
No amor incondicional que dedicas a mim, apesar dos meus defeitos;
Na capacidade de não se chocar com nada, porque já passou por todas as vicissitudes da vida;
No jeito sincero que ainda me admiras.

Pois é, o tempo passou, mas o brilho no teu olhar ainda é o mesmo, o corpo continua de menina e seu rosto guarda os traços de uma criança que somado a sabedoria do tempo vivido, só te faz mais bela a cada dia.

R. Prata
Sempre chega um dia em que descobrimos que afinal, nada ainda sabemos.
Tem o assassino que comete o crime, a tv que explora o acontecido e o telespectador que se compraz com a notícia.

AQUELE PEDAÇO DE IPÊ ROXO


Um desgosto profundo me abate,
Os livros nada mais me dizem,
Aquele filósofo perdeu a palavra,
A curiosidade secou.

Um vazio me inunda,
As contas ficaram,
Não tenho bandeira,
O corpo pesou.

Não fui a Paraty,
Nem vou sair daqui,
Minha arte estacou.
Penso:Já morri!

Um pedaço de ipê roxo me arrepia,
Aguardando que o esculpa.
É duro, fétido e me dá alergia.

R. Prata
Escrever é uma maneira de conhecer viajando para dentro de si.

O NEGÓCIO DA CHINA

Cansado de ver a proliferação incessante de corruptos na nação, inclusive aqui pertinho na própria cidade, decidi interromper o trabalho  - necessário para o sustento dos meus queridos – para uma atitude que há muito espera por todos os brasileiros.

Encaminhei-me ao Largo São João, em Avaré, onde manifestar-se-ia o Movimento pela Moralidade na Política para ser, pelo menos, uma pequena inescutável voz  a mais na multidão.
Na praça, não avistei atividade alguma, mas uma barraca montada me chamou a atenção. Afinal, se não fosse lá a manifestação, quem sabe, poderiam informar-me sobre o protesto.

Perguntei sobre o movimento, nada sabiam, mas um pastor ansioso por neófitos perguntou-me se conhecia a Bíblia - só eles parecem não saber, que lendo ou ouvindo, todos nós, de certa forma, conhecemos o referido livro – mas, essa era deixa para examinar melhor a possibilidade de um novo lucrativo fiel.

Ofereceu-me uma oração, assim em público, na bucha. Mas, lembrei-lhe o Mestre a nos ensinar que ao nos dirigir ao Criador, devemos nos recolher na intimidade de nossos aposentos e assim na solidão, com sinceridade recorrermos ao Senhor.

Conversa vai, conversa vem , o fulano me perguntara se gostava de ler, afirmei que só lia artigos do meu interesse e não o que os outros tentavam me impor. Ofereceu novamente uma oração e eu, mais uma vez apelando ao Divino Modelo, comentei as palavras de Jesus falando que quando fizermos alguma coisa por alguém não devemos tocar trombetas, nem subirmos aos telhados para chamar atenção.
Para não alongar, ele me ofereceu um jornalzinho de sua crença, cuja capa trazia o lançamento de um livro dizendo: “Experimentar CRISTO com as OFERTAS para apresentá-lo nas reuniões da igreja”. O livro realçava o antigo testamento como um retrato maravilhoso de salvação que Deus proporciona ao homem. Além desse visível apelo ao dinheiro, havia dentro do jornaleco uma proposta de assinatura do jornal.   

Dizer a ele que a espiritualidade se manifesta inteira quando nos despimos dos conceitos, dogmas e sensações de classes, construída ao longo do tempo, que a espiritualidade é uma dimensão da pessoa traduzindo-se através dos seus atos, gosto e estilo de vida, sempre buscando transcender a realidade para dar um sentido melhor à existência seria demais. Portanto, despedi-me educadamente e continuei a busca pelo Movimento pela Moralidade na Política até encontrar a pequena e admirável turma na praça do Mercado Municipal, com nariz de palhaço, distribuindo panfletos entre motoristas, os quais faziam sinal de positivo atestando o valor do movimento.

Está aí, um nítido retrato do dia a dia, mostrando o tanto a caminhar para chegar a uma sociedade mais justa e moralizada. Se de um lado temos políticos corruptos proliferando no roubo à nação sem nunca serem presos, temos o outro “negócio da China” milionário, isento de qualquer imposto, e que não gasta nada para produzir coisa nenhuma comercializando a palavra “de deus”, retirando assim, o resto do dinheiro dos pobres incautos.

Que Deus abençoe os palhaços, os artistas, os Quixotes de hoje e faça reencarnar milhões de outros para melhorar nosso belo planeta.

R. Prata
Ficar calado é um privilégio daqueles que tem muito a dizer.

25 de julho de 2011

VRASPALA


Ando sem inspiração para escrever, talvez deva iniciar com: VRASLAPA OU PALAVRAS. Não sei.
Como falar do nada?
Onde está à indignação, a revolta, o guerreiro?
Falta-me juventude ou a experiência da idade ensinou-me que o nada a fazer é o melhor a fazer?
Uma saída seria colocar a culpa na globalização,
Efeito Estufa
Do consumismo,
Do culto ao corpo,
Refluxos de indiferença.
Reflexos dos Excessos,
De crenças de possessos,
Da idolatria do dinheiro,
Do luxo,
Das marés de luxúria,
Das “noures” de baixaria,
Da apologia da porcaria.
Ta certo! Tudo isso é influência incontestável demais para um acuado mortal.
Mas...
Nem sou fruto do meio, menos ainda escravo da mídia.
O que posso dizer?
Só VRASLAPA!

Rubens Prata