26 de janeiro de 2010

OPINIÃO É TABU

Interessante...
Entre nós tupiniquins, fofoca está na “Caras”.
Tem revistas, programa de
Fofoca na TV. Fofocas há, entre visinhos, companheiros de trabalho, no jornal.
Mas se você falar que não gosta de programa religioso na tv. Nossa! Aí o bicho pega.
Se disser que ama de forma diferente os filhos. Cuidado! Você pode ser linchado.
Experimente dizer que não gosta dessa nova música sertaneja. Vai arrumar intriga, pelo menos uma peleja.
Pois é, nada é tão ruim que não possa piorar.
No país da fofoca, opinião é tabu.

Rubens Prata – 04/01/09

CRIANÇAS

Criança!...
Criança é criança. Uai!
Despertam na gente
Os mais bonitos sentimentos.
A puxada do cobertor na madrugada,
O beijo na testa,
Cujo carinho, propositadamente,
A febre atesta.

- Ulisses. Põe a blusa!
- Augusto.Olha o carro,
Saia da rua!.
- Olha vovô a minha dança!
-Tá bom Eduarda, mas não saia do banheiro nua.

Criança é alegria.
Um abraço apertado
Prendendo-lhe os joelhos
E outro, ao mesmo tempo,
Sufocando-lhe o pescoço.
- Vô. Eu te amo!
- Vô. também te amo!

- Augusto!...
Não coma toda torta.
- Felipe!...
Não bata mais a porta.

Criança é arrelia,
Folia sem escrúpulo,
Um ataca a geladeira,
Outro sobe pelos batentes,
E o pequeno bate a porta do armário
Que outro, um dia, já quebrara.

Vovó é alegria dos netinhos,
Dá bronca,
Faz bolo,
Fica tonta.

- Olha o Felipe comendo Isopor.
Isabella
- O Felipe defecou!
Bem, nem tudo é perfeito.

Rubens Prata 15/08/09 – 3,00 Hs.
HOJE EU DESABAFO
Não vou fazer aqui nenhum novo poema, poemas são para artistas especiais, vivendo e respirando arte.
Quero desprender-me das amarras que tolhem meu Tesão
Digo tesão não no sentido de macho. Mas daquela gana explosiva e incontrolável de desejo de realizar arte, de encantar as pessoas, de trazer para o mundo o melhor de si.
Pois, essa excitação que dá sentido à vida, o motivo maior para existir, sempre me pertenceu; agora me falta. E, não é de hoje, mas de algum tempo.
Perscruto minha alma para encontrar esse vírus maldito que me aprisiona. Nada encontro. Definho.
Meu corpo padece as dores da idade, do sedentarismo, mas o espírito ainda vibra, clama por entusiasmo criador.
Meu desejo não mudou , mas transformou-se a vida a meu redor, a casa, as pessoas.
A conversa é frívola, há gritos constantes, não se planeja, não se deseja, não se fala, não se ouve arte.
O mofo substituiu a caiação, a telha vasa alagando a lavanderia, os reboques sobressaem nas paredes dando aquele aspecto de desmazelo. O jardim da calçada abandonado, a calçada sempre suja, um monte de gatos que só se interessam por comida, as crianças e os gatos vandalizam os vasos de flores restantes, todas as a maçanetas quebradas o ateliê com brinquedos esparramados, minha esposa sem forças. Até as drosófilas e moscas de ralos instalaram moradia fixa na casa.
O que mais é preciso para se estar vazio?
Meu criador me ajude, eu lhe peço!.
Me dê forças para mudar esta situação.


Rubens Prata

UM PC FERIDO

Meu pczinho de 246 MB de banda estreitíssima parecia o tal, aguentava qualquer brincadeira, participava de muita prosa. Até o dia, no qual ocorreu o acidente.
Acabou na U.T.I. cheio de vírus, HD fraturado, todo encrencado.
Três meses para recuperação não foram suficientes. Ficou capenga, perdeu a memória dos livros que guardava, as histórias em quadrinho, uma centena de poemas e trocentas fotos que mostravam arte e aventuras por Avaré.
Mas é com essa mesma mula manca, totalmente cega para scraps complicados e vídeos que retorno para os amigos tentando reabilitar-me com novas emoções e bons sentimentos. Tirando do fundo do coração palavras fresquinhas que levem alegria, encanto e um abração a todos os que me mandaram congratulações e esperanças de um pronto restabelecimento de contato.

Rubens Prata 17/08/09

DESENCANTO

Hoje...
Não consigo encantar ninguém com minha arte,
Nem mesmo, me encantar com a vida.
Não canto aos meus amores.
Nem posso falar de flores.
Não posso brincar de rimas,
Navegar na internet com minhas primas.

Hoje...
Estou triste!
Indignado,
Mortificado,
Amargurado.

Tenho vergonha de ser homem.
Portanto,
Não posso escrever um belo poema.
Não consigo olhar as aves no céu
Nem ver os lírios do campo.
Só posso pensar em gente aos pedaços.
Mãos, cabeças, pernas, olhos,
De mulheres, homens e crianças despedaçados.

Hoje...
Não consigo amar.
Estou puto,
De luto,
Com raiva,
Sou um bruto.

Minha alma está morta.
Morreu como morreriam
Meus pais,
Filhos, netos e primas.
Morreu com meus semelhantes
Num longínquo país.

O pior é que:
Não morreram por acidente,
Nem morreram por causas naturais.
Morreram por ódio,
Por racismo.
Em Gaza.

Hoje...
Só posso chorar
Com vergonha de pertencer à raça humana.

Rubens Prata

(Acreditando que a causa seja justa, peço aos queridos amigos e família que escrevam ou repassem este E-mail repudiando o ódio e o racismo em todo o planeta. Penso, que assim possamos manifestar nossa indignação com o que acontece em Gaza e em outros lugares.)

LEMBRANÇAS VAZIAS DE UMA VIDA EM SILÊNCIO

Como falar de uma sombra de si mesmo.
De uma existência espectral,
De viver em silêncio,
Dos anos sem acontecimentos?
É como dizer de um retrato na parede
Parado, extático e em branco e preto.

O que dizer de palavras do silêncio?
Por acaso. Poder-se-á contar as aventuras de uma vida –
Só de trabalho?
Como extrair alguma coisa
De quem viveu à margem dos acontecimentos?
Quais os sentimentos,
Dos melhores momentos?
Daria para lembrar-se de amores guardados no cofre!

Meus quadros são fortes e coloridos.
Retratos de uma existência retida
Em branco e preto.
As esculturas são fortes e expressivas.
Para contrapor talvez, um corpo disforme,
Sedentário, Parado.

Nunca fui preso,
Mas nunca saí ileso
Não tenho história que seja de peso.
Sou a bomba que não aprendeu a explodir,.
O viajante com medo de partir.
Nem tinha lugar aonde ir!

Rubens Prata - 24 – 12 – 2008 – 19,30 horas

SER BRASILEIRO

Quando lembro ser brasileiro,
Não recordo o subdesenvolvimento
Só penso na mistura de temperos
Com sabores de todas as raças,
Com aromas de todos os cheiros.

Quando penso ser brasileiro,
Lembro bem, como sou antropófago.
Saboreio bem o estrangeiro,
Degluto, transformo e,
Devolvo melhorado bem ligeiro.

Quando lembro que sou brasileiro.
Tenho certeza:
Sou guerreiro,
Sou bravo,
Sou forte.
Mas não sou filho do norte,
Nem do oeste,
Do sul e do Leste.
Sou filho e fruto da Terra,
Sou o seu melhor gem
Sou o sal da terra.

Rubens Prata 23 – 12 - 2008

TV ABERTA

Não quero saber de crises,
Nem assistir na TV
O show das meretrizes.
Mulher melancia,
Melão, moranguinho.
Que agonia!

Por favor,
Não quero saber
O que aconteceu
Com a morte do Zébedeu.

Não quero saber da programação
Que mais me apetece.
O que vem por aí,
Ninguém merece.

Chega de ouvir falar de bandido.
Esse assunto,
É tempo perdido.
Pior ainda,
É tempo sofrido.

O show do Ton,
Mulher Melão,
Pó ke mom,
Vá lamber sabão.

Rubens Prata – 24 – 12 - 2008 - 16,30 horas

O BEM E O MAL

O mal domina
Porque o bem é tímido.
Mas quando o bem se anima,
Todo mal termina.

O mal domina,
Faz da vida uma triste sina.
O bem aglutina,
Faz da vida uma feliz rotina.

O mal é morte.
Traz consigo devastação,
Corrupção de toda sorte.

O bem é forte.
Traz consigo construção,
União e muita sorte.

Desculpem estes versos
Simples e tão pobres.
Mas eu queria tanto dizer
Que o universo,
Ampara as almas nobres.

Contra o mal,
É preciso lutar
Sem nunca fugir.
Pois, é lícito reagir
Sempre,
Quando o mal,
Tornar qualquer vida, imoral.

Já dizia o mestre:
“É preciso que sejais
Quentes ou frios,
Porque se vós fordes mornos,
Eu vos vomitarei da minha boca.”

Rubens Prata – 24 - 12 – 2008 – 11 horas da manhã.

MADRUGADA DE NATAL

Nesta madrugada saí à rua
Para ver e sentir o natal.
Uma única estrela entre as nuvens,
A rua, vazia de gente.
Só sentimentos andantes
Perambulavam pelo ar.
Sentimentos de gratidão,
De alegria,
De carinhos,
De arrelia de menino.

A rua vazia.
As casas lotadas
De sabores,
De confraternização,
De amores.

Tudo pára.
Para celebrar-se o nascimento do amor.
Deseja-se:
Felicidades.
No ano vindouro,
Prosperidade.

Tempo de reflexão,
De planejar a vida,
De colocar o pé no chão.
Desejamos felicidade,
Saúde, prosperidade.

Prosperidade material?
Arrancando do planeta
Tanta prosperidade
Veremos o seu final.

Desejemos então,
Um novo estilo de existência,
Uma vida saudável
Que possa ser auto-sustentável.
Uma vida permanente de amor.

Que saibamos.
Sentir os perfumes do ar,
Das flores nos nossos jardins,
Das árvores no passeio,
Dos aromas do mar.

Desejemos, de hoje em diante,
Contemplarmos a estátua
Que não sabíamos de quem era antes.
Cumprimentarmos o lixeiro,
Dizer bom dia ao padeiro.

Decretemos, de hoje em diante,
Nunca desprezarmos
Um por do Sol,
Uma estrela,
Um pássaro no céu,
A chuva cantarolando no telhado,
Um toque de mãos,
Um abraço bem apertado.

Desejemos
Que a vida seja muito rica,
Rica de atitudes,
Plena de virtudes
E, que a felicidade assim permaneça.
E, que em todos os dias,
Agradeçamos esses presentes
Que o Criador nos proporcionou.

Rubens Prata - 24 - 12 – 2008 – 02,44 horas da madrugada.

CONTRACENSOS

Por que eu tenho telefone, internet?
Me sujeito aos roubos da Estatal espanhola – “Telefonica”?
Da globalização sou um fantoche?
Penso que sou caso de deboche.

Estou escravo do consumismo?
Por que me sujeito à ditadura do falar inglês?
Meus netos nem aprenderam o português!
Por que preciso de telefone se tenho celular.
Posso falar de qualquer lugar.

Meu genro se diverte jogando futebol.
Minha esposa gosta de pescar.
Eu adoro nadar.
Por que não saio deste lugar?

Não me iludem as “marcas”,
Praticamente, não preciso de nada,
Só de uma camisa surrada,
Bermudão e uma sandália.

Eu só quero ter uma flor no vaso,
Um pé de Ypê na calçada,
Ver o João de Barro.
Ouvir boa música
Sentir a vida fluir,
Quero mesmo, é pisar no barro.

Eu Rubens Prata - 01/12/2008

GLOBARITARISMO

Tivemos Franco, AI-5,
Stroesner, Médicis, Pinochets
e muitos outros cacetes.
O inimigo não estava oculto
Sabíamos como e a quem combater.

Agora...
Temos outros totalitarismos.
Fruto e efeito do Globalitarismo.
Chegando na surdina
Contaminando nossa rotina.

Temos sim, outros totalitarismos.
Da música da pior qualidade,
Da droga, da maldade,
Da mulher magra,
Do comércio religioso,
Do bispo tenebroso.

Temos ditaduras pavorosas.
Da mídia a serviço das multinacionais,
Do lucro sem fim do banqueiro,
Das empresas institucionais
Do jogo financeiro
Do consumismo desenfreado,
Do homem desempregado.

Temos sim, ditaduras...
Da obrigatoriedade da língua inglesa,
Do império que continua
Da ignorância, da frieza.

E agora “Mané”?
Temos quem, como, onde combater?

Eu, Rubens Prata - 01/12/2008
Não importa o que digam,
Os que me criticam.
Eu afirmo:
No Brasil, não tem Afro-descendente
Tem sim, Afro-ascendente.
Porque, antes de tudo, somos brasileiros
mescla de todos os gens
de todas as terras,
Somos a semente híbrida
do planeta Terra

INSÕNIA

Quatro horas da madrugada.
E eu aqui...
Digerindo minha insônia.
Apesar de revoltado com a falta de sono,
não estou triste.
Se tivesse mesmo triste,
seria bom,
porque da tristeza,
sempre se extrai palavras
de bom tom,
de alguma beleza.
Pois na profunda solidão,
em meio a mais completar escuridão
se vislumbra melhor as estrelas.

Revoltado estou...
Mas é uma revolta infame,
Daquelas que não tem reclame
Ou qualquer causa que me inflame.
Revolta, às vezes
é boa companheira das palavras,
Quando berra contra desumanidade,
Quando clama contra a maldade.
Mas esta revolta é infrutífera,
Resulta de minha agonia,
De noite mortífera
De noite de insônia.

Eu, Rubens Prata - 30/11/2008 - 4,45 horas da madrugada

25 de janeiro de 2010

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O QUE O RIO TEM A NOS PROPOR

O rio tem a nos propor:
Um bom lugar para acampar.
Um cantinho para namorar,
Um barranco para pescar.

O rio tem a nos propor:
Uma vela aberta no ar,
Um barco a navegar,
Um passeio de canoa.
Nada como estar à toa.

O rio tem a nos propor:
A mais bela paisagem,
O verde e a flor da margem,
Um caminho,
Uma viagem.

O rio tem a nos propor:
Um delicioso peixe,
Água para beber,
Um banho, o laser,
Um mergulho com prazer.

O rio tem a nos propor:
O reflexo do entardecer na água;
Do céu, do Sol, da Lua;
A mais bela vista.
Não há quem resista!

O rio tem a nos propor,
O vôo dos pássaros,
Um êxtase.
Este poema.

O rio nos propõe
Sobretudo vida
A vida nossa,
E de todos os nossos netos.

Agora!...
O rio tem muito a nos pedir também.
Não me desmate!
Não me suje!
Por favor, não me mate!

Eu, Rubens Prata – 30/11/2008 – 3,53 da madrugada

O HOMEM GLOBALIZADO

O homem esqueceu-se do homem.
O homem é o lobo do homem.
O homem tanto consome.
Tem gente passando fome.

No planeta. O homem é animal em extinção,
Um fantoche da globalização.
O homem destrói a natureza.
Tem gente vivendo na pobreza.

O homem faz parte da humanidade.
Porém, esqueceu-se de ter Humanidade.
O homem virou bicho.
Tem gente catando lixo.

O homem perdeu a educação,
Só para cachorros, dá toda a atenção.
O homem abandonou seu ninho,
Não educa mais seu filho (ou niño),

O homem, hoje é um ser sem voz.
Entretanto, é seu próprio algoz.
O homem tem como parâmetro, a esperteza.
Mas, esqueceu-se de valorizar a interior beleza.

O Homem não trata do homem.
O homem se trata no SUS.
O homem mata o homem.
O homem é só massa de manipulação para o homem.

Ah! O homem...
O que foi feito do homem?

Eu, Rubens Prata - 29/11/2008 - 2,29 horas da madrugada

SAUDADES DE MIM

Eu não tenho saudades de mim
Da escola que não estava lá
Das turmas que não aconteceram
Dos carinhos que não me lembro
Das aventuras que não ocorreram.

Eu não tenho saudades de mim
Das músicas que não ouvi
Tocadas no rádio que não tive
Dos beijos que não roubei
Da moça que não namorei.

Eu não tenho saudades de mim
Da minha menor idade
De gigante timidez.
De toda minha miserabilidade
De tamanha ignorância
De tacanha inferioridade.

Eu não tenho saudades de mim
Portanto, não sou saudosista.
Eu fiquei quieto demais,
Medroso demais,
Obediente demais.

Mas, como diz o poeta:
De tudo ficou um pouco
Um pouco de Rock and Roll
Que um dia muito dancei,
Um pouco do mar,
Quando o vi, pela primeira vez
E nele... Correndo me lancei .

Rubens Prata – 05-11-2008 - 16,50 horas

GLORIOSA MANHÃ

A chuva acabara de lavar a rua.
Reencarna um belo dia.
O sol criança brinca de aquarela com as nuvens
As maritacas com vozes rachadas
Dão tons de verde no muro vermelho em frente de casa.
Os colibris bailando freneticamente,
osculam o Ypê amarelo na calçada do vizinho
As palmeiras Imperiais, do outro lado da rua,
Balançam suas copas ao sabor do vento.

As rosas.
Ah! As rosas...
As inumeráveis e variadas rosas do jardim na calçada,
Transvestidas de seu melhor esplendor,
Brindam ao céu esta maravilhosa manhã de primavera.

Qual será meu papel neste cenário?
Só sei que o espetáculo do hoje
Merece aplausos em pé.

Eu, Rubens Prata – 23-10-2008 – 4,35 horas

COISAS DO TEMPO


Tempo é entardecer,
Renovar conceitos,
Aprender a desaprender.

O tempo é o tal
Que faz você conhecer
Que nada sabe.

Rubens Prata - 23 -10- 2008 – 1,52 horas