22 de janeiro de 2010

O FRENEZI DO SAMBA - (antigo)

Quando ouço um samba
O som me encanta
provo que sentimento vibra;
Vibra tanto - que me dá arrepios.
Os pelos do braço se ouriçam;
O cabelo - endurece;
minha alma canta.

quando ouço o samba cantado na avenida
Fico doido ! - Desligado !
Minha alma canta;
Canta tanto - que de nenhum mal, tenho lembrança.
Fico em simbiose - ligado,
ao som - que ao meu corpo balança.

Rubens Prata
Nota; fiz este poema a alguns anos atrás, só o coloquei junto com o anterior porque, de certa forma, combinam e um poderia ser parte do outro.

INTROMISSÃO

Seria tão bom...
Se as pessoas não insistissem
em nos impor sua maneira de ser.
O seu modo de crer.

Tenho agora, meu belo neto.
Meu melhor amigo.
Bonito, inteligente.
O mais bem querido.

Pelos bons anjos do Senhor,
foi anunciado.
Na psicografia da médium amiga,
foi em versos cantado.

Na primeira hora,
do seu primeiro dia, desta nova vinda.
Lá estava ele:
O meu companheiro,
de tantas outras vidas.
Lindo, bochechudo.
Abriu os olhos
pela primeira vez e:
Sorriu para mim.

Agora... Ele tem sete anos.
Foram comprovadas.
Todas as previsões dos anjos,
estão constatadas.
Vive comigo,
o mais belo menino,
o mais fiel amigo.

Como seria bom...
Se as pessoas não insistissem
em nos impor seu modo de ser,
seu jeito de crer.

Querem salva-lo!
Salva-lo de que?
Livrá-lo de sua liberdade,
do seu carinho,
da sua amabilidade?

Provavelmente...
Salva-lo de mim,
O homem do “demônio “..
O ”espírita”.
Um “anarquista”.

Eu, Rubens
01/12/07
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Como é bom escrever...
Agradeço a Deus por mais esta atividade.
22/11/07

MINHA ALMA E MEU CORPO

A alma é jovem, o corpo velho.
A alma cria, o corpo executa.
A alma viaja, o corpo cansa.
A alma é leve, o corpo gordo.
A alma não pára de agitar, o corpo pára sentado.
A alma vibra, o corpo é sedentário.
A alma canta, o corpo dança.
A alma cria constantemente. O corpo não executa a centésima parte do que a alma inventou.
A alma inventa: sucos, comidas, artes, máquinas. O corpo não pode fazer por falta de corpo, dinheiro, tempo.

Enfim o Homem não é só corpo , nem tem a aparência que todos podem olhar. Nem tampouco, tem só a personalidade que se manifesta.
O homem é um espírito infinito, eterno que guarda: histórias, vivências, experiências, amigos.

Eu, Rubens 21/11/07
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As pessoas ficam velhas.
Eu, só me aproximo de uma nova reencarnação.

Rubens Prata 19 -11 – 2007
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A SAGA DA DEUSA DE MADEIRA

A SAGA DA DEUSA DE MADEIRA
(É um pouco dos acontecimentos ocorridos quando faço determinadas obras)

Na vitrola, Ray Charles.
Na memória, Mirian Makiba.
Por que pensar nela depois de 40 anos
se ninguém mais a toca?

“Sacundinga, Sacundega,
Datuí batapaba, Datuí batapaba.
Aí a mama, aí a mama,
Datuí batapaba.”

Preciso de dinheiro.
Mas, “Na minha casa todo mundo é bamba”,...
“ Não dou bola para o alheio”.
Já que alma não precisa de dinheiro,
Busco a formosura negra.

Mulher do tudo grande.
Olhos, nariz, boca. Sem dúvida, enormes!
Um bundão onde alguém poderia afundar.
Coxas grossas.
Seios gigantescos,
Prontos a jorrarem vida através das mamas
extensas e grossas.
Mamas volteadas por vistosas auréolas marrons
a brotar dos peitos.
Naturalmente... Mãos e pés hão de ser delicados.

Não poderia faltar neste ébano corpo nu.
As enormes argolas a despencar das orelhas.

Estudo cada detalhes desta obra. Desenho e penduro o projeto da bela negra na parede.
Que eu a esculpa com extrema dedicação.
Que ela desperte em todos, encantamento e admiração.

“I m to go back to Bahia”
O tempo transcorre, o formão realize incisões.
Os pés incham, a madeira é dura.
Mas, minha alma deseja: vida para a imagem.

“Mama África”
Dias passam por ela.
O pescoço e as costas doem.
Danço “Sem saber dançar”
para movimentar o corpo ferido, de forma diferente da posição de entalhar.

Danço, canto, beijo minha amada
A madeira resiste, a alma clama:
Persista!

“Are Krishina , Are, Are...”
Os Are-Krishinas acompanham o compositor no rádio.
Durante o jantar, o repórter na TV, mostra a riqueza da arte indiana.

A noite é quieta, a alma me domina.
Um esporão soberbo criva minhas costas como uma estaca de madeira enterrada no meu corpo;
Minha filha chega comentando algo sobre a Índia.
Vem a memória as cítaras e o Baghvad Gita na prateleira.

A madeira é difícil.
O corpo se despedaça, a alma proclama:
Mão a obra!

Danço, Danço, Danço.
Beijo a esposa, deito de bruços para enganar a dor.

Durante entalhes difíceis,
chegam almas dispostas a pousarem para as esculturas.
Às vezes, acontece visita dos santos já entalhados.
Confundo com fregueses e saio na loja para atendê-los.
Ninguém há.
Esqueço que olhos materiais não podem ver espíritos.

Os dias se sucedem.
Surpreendo-me com a obra.
Não há mais uma “Mama África”,
Mas, há “A Deusa Indiana”

A geladeira está vazia.
O ímpeto pela obra sobrepuja a fome.
Seria pior se faltasse café.
Impossível continuar se faltasse cigarros.

Acrescento ao conjunto de dores que me atacam, mais uma: a LER dos braços.
Danço, danço muito sem saber dançar.

Os dias vão e vem.
Algumas horas dedicadas a outra encomenda, acaba rendendo: meio quilo de café, leite pão e cigarros.
Outras almas visitam o ateliê.
Minha alma não pára. Cria, recria inúmeras outras peças, enquanto executo uma única obra.
Tempo é minha saia justa.
Engordo de ansiedade por não poder fazer tudo o que passa dentro de minha alma.

“Aleluia. Aleluia...”
A escultura termina.
Não se vê a negra, nem tampouco a indiana.
Há a mulher do mundo, de todas os povos.
Como haveria de ser. Traz no ventre: a vida.

Rubens Prata 20/11/2007

Os acontecimentos, o ambiente, certamente, influenciaram na aparência desta nova mulher.
Quem sabe, as almas que aqui estiveram não deram uma mãozinha.
Só sei que minha memória material não sabe o que aconteceu.
Mas, com certeza, minha alma satisfeita sabe o que fez.

Rubens Prata 20/11/2007

À NOITE

A noite, todos os gatos são pardos
À noite, todos os gatos são pardos.
À noite, poetas seresteiros;
corujas, curiangos, namorados.
À noite, noutros mundos,
caminho sorrateiro.
À noite... Me despojo de meus fardos.

Á noite, todos os gatos são pardos.
À noite, todos os gatos são pardos.
À noite, amantes trocam segredos.
Vinho, conhaque, cerveja são fartos.
O ébrio perde seus medos.
À noite... Eu parto!

À noite, todos os gatos são pardos.
De dia, eu morro.
Á noite... Eu ando!

Á noite vem,
e eu vou.
Vou onde minhas pernas
não podem me levar.

À noite, todos os gatos são pardos.
De dia, estou gordo.
Á noite, sem peso, sem gravidade.
Á noite... Sou!
Vivo!
À noite, não tenho idade.

Á noite vem...
Eu vou.

Rubens Prata 19/11/2007

PRISIONEIRO

Olha cidadão!...
Que beleza apertar as mãos.

Nessa terra ninguém pode
viver só

Tem tanta coisa
neste mundo...
pra fazer...

Acorda!...
abra a porta
entre para a rua

Quem sai na chuva
é pra se molhar

Quem põe a mão no fogo
é pra se queimar
é pra ter histórias
pra contar

Ser um peixe fora da água
é morrer num instante
é viver num minuto
toda uma exisência

Rubens Prata

Nota: Assistindo a uma entrevista do professor Pascoale com um compositor. O compositor dizia que era sempre bom, para colocar música numa letra, que os versos fossem curtos. Por isso tentei fazer estes versos acima que são, pelo menos , possíveis de usá-los num hap. Não sei se é assim que se escreve – Hap -. . Nem sei se estes versos valem alguma coisa.
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No Brasil, a miséria se torna cada vez mais uma instituição. Incentivos e investimentos no trabalho são cada vez mais raros!
Eu, Rubens

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O VALOR DAS ARTES

Quem conhecemos na Inglaterra,
Será algum burocrata enriquecido - por ocupar cargo público de relevância?
Por acaso alguém conhece o engenheiro que construiu a ponte sobre o Rio Tâmisa?
AHHH !!... Na Inglaterra nasceu Sheakspeare - Aldoux Huxlei
De lá veio os Beatles.
Mas, e a Velha Rainha Elizabeth...
Será que alguém vai se lembrar dela - alguns meses após sua morte?

O Importante prefeito de Roma.
Não conheço !
Mas o Sérgio Endrigo.... A Gigliola Cinqueti - a Rita Pavone. Sim!
Adoro Michelângelo - conheço Boticelli - Leonardo da Vinci,
Galileu. ?
Meu Ídolo !

Espanha.... Quem se lembra do que tem lá !
Tem um quadro - Batalha de Guernica - do Picasso
Mas quem fez a batalha mesmo?
De lá veio o Dom Quixote , de Miguel de Cervantes,
Sapateiam - Tem castanholas lá!

Os Mouros invadiram a Península Ibérica.
Não sei nem quem foi - nem porque fizeram isso,
Mas tenho na memória - as imagens dos Mosaicos Árabes
Os contos de Mil e uma noites que meu avo me contava.

Tive um amigo doido,
que era capaz de recitar - de cor - Versos de Camões.
Mas... Além do infante Dom Henrique , da descoberta do Brasil - que fui obrigado a decorar.
De Portugal - só tenho a imagem de uma velha folhinha - retratando a cidada do Porto.
AH SIM !...
Sei o que é uma Casa Portuguesa com certeza
Amália Rodrigues - foi quem me ensinou - cantando-me um Fado.
Fernando Pessoa - Vive comigo.
É dele que sei alguma coisa de lá
Mas ... Qual era mesmo o nome do Governo Socialista
que veio depois de Franco ?
Será que era Franco mesmo... Antes dele?

É uma coisa irritante demais -
esmiuçar a Revolução Bolchevique.
Quem matou quem por que?
Mas, Dr. Jivatgo - com aquela música!...
Não dá para esquecer !
Tosltoi buscando um sentido para a vida
nos incita a fazer o mesmo.
Mas do Comunismo - qual a grande lição?
Que se pode usar, hoje de imediato?
AHHH!...
Os poemas de Bertolt Brecht têm muito a nos dizer.

Enfim... Citando país a país o que fica?
O que é de uso - o que nos faz refletir ?
São as artes - do teatro - plástica - da poesia - literatura
Dario Primeiro - inventou a moeda invadiu territórios - pra quê?
Só ficou a arte que a milênios - se refletem em Tapetes Persas.

Poder-se-ia dizer que os EUA tem alguma coisa -
Mas quem foi que obteve os maiores lucros - em Walt Stret?
Ninguém sabe!
Bill Gates - preenche as manchetes - mas o que fica mesmo? -
Fica a Sétima Arte - Ray Charles - Steve Wonder - Hair.
Se tirarmos o Show Americano - não sobra nada!

Mesmo os Filósofos Gregos - elaboraram grandes conceitos - por discordar de Hesíodo - Heródoto - Homero e tantos outros cantores - poetas e escritores.

O que a Rússia - Polônia - Áustria - Alemanha nos deixou para usar e sentir - a não ser Chopin - Brahms - Beethoven - Tchaikowsky – Mozart - Marx - Dostoiewsky - Strauss.
O que Amércia Latina tem de bom a não ser: poetas, escritores, artes?

Verde que te quero verde, diz o poema
Verde que não te quero farda!
É a poesia que Neruda
mostra numa imagem -cuja flor - era um chapéu verde de soldado sob um raminho de roseira.

Quem construiu o Cristo de Avaré? Quanto custou?
Do Cristo Redentor do Rio de Janeiro eu me lembro. Foi Brecheret um dos participantes!
Enfim, o que tem Avaré?
Os que estão por aqui, Os que cantam, que escrevem, que representam, que pintam !

Rubens Prata 19/08/2007

[As reflexões acima são especialmente dirigidas aos avareenses em geral.
Elas mostram que, com certeza, são a artes que movimentam e dão vida ao mundo. Elas encantam, distraem, reforçam o amor próprio, promovem o turismo, movimentam a economia e dão trabalho à muitas pessoas.
Enfim, (constroem a identidade de um povo)].