Aos 62, reconheço que já vivi a maior parte da vida neste
planeta. Portanto, devo aproveitar cada minuto usufruindo desse paraíso chamado
Terra porque do outro lado ninguém sabe como será .
Não suporto pessoas que não admitem envelhecer, o que é tão
natural e bom.
Não admito ninguém com mais de 60 incomodado com a barriga, as rugas, porque isso é só um efeito do tempo e da gravidade.
Não admito ninguém com mais de 60 incomodado com a barriga, as rugas, porque isso é só um efeito do tempo e da gravidade.
Também não gosto de pessoas as quais não se pode falar da
morte ou de tristeza - sentimento tão
natural àqueles possuidores de
sentimentos.
Com minha idade, reconheço que o mundo vive um culto ao corpo
exacerbado, onde morrer é incômodo, por isso a maioria das pessoas morrem em
hospitais e não em casa ao lado dos seus.
Não posso perder tempo com discussões infindáveis de pessoas desejando
ter a supremacia sobre outras.
Não posso perder o meu tempo correndo atrás de fortuna e
fama. Só posso ser eu mesmo.
Não perco um minuto com gente incomodada com a vida alheia,
mas perco todo o tempo com aquelas que têm muito a dizer sobre a vida.
Aos 62, conscientizo-me perfeitamente de as pessoas estarem
vivendo numa “Matrix” onde todos estão sendo constantemente manipulados a fim
de submeterem-se a um modus-vivendi de
escravos das corporações, bancos e consumo, realizando uma competição infindável e inútil a fim de obterem uma vida
confortável inalcançável.
Nesta idade só posso aceitar muitos amigos, o melhor filme, a
música mais linda, afagos, carinhos, colinho para os pequeninos, bom papo e uma
bela lagoa para banhar-me.
Sobra-me outro imenso prazer quando comemoro meu aniversário
com grande festa, amigos reunidos e muita música, pois um ano a mais é uma
vitória a ser comemorada com pompa e circunstância.
Rubens Prata
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