24 de dezembro de 2012

62 ANOS



Aos 62, reconheço que já vivi a maior parte da vida neste planeta. Portanto, devo aproveitar cada minuto usufruindo desse paraíso chamado Terra porque do outro lado ninguém sabe como será .
Não suporto pessoas que não admitem envelhecer, o que é tão natural e bom.
Não admito ninguém com mais de 60 incomodado com a barriga, as rugas, porque isso é  só um efeito do tempo e da gravidade.
Também não gosto de pessoas as quais não se pode falar da morte ou de tristeza  - sentimento tão natural  àqueles possuidores de sentimentos.
Com minha idade, reconheço que o mundo vive um culto ao corpo exacerbado, onde morrer é incômodo, por isso a maioria das pessoas morrem em hospitais e não em casa ao lado dos seus.
Não posso perder tempo com discussões infindáveis de pessoas desejando ter a supremacia sobre outras.
Não posso perder o meu tempo correndo atrás de fortuna e fama. Só posso ser eu mesmo.
Não perco um minuto com gente incomodada com a vida alheia, mas perco todo o tempo com aquelas que têm muito a dizer sobre a vida.
Aos 62, conscientizo-me perfeitamente de as pessoas estarem vivendo numa “Matrix” onde todos estão sendo constantemente manipulados a fim de  submeterem-se a um modus-vivendi de escravos das corporações, bancos e consumo, realizando uma competição  infindável e inútil a fim de obterem uma vida confortável inalcançável.
Nesta idade só posso aceitar muitos amigos, o melhor filme, a música mais linda, afagos, carinhos, colinho para os pequeninos, bom papo e uma bela lagoa para banhar-me.
Sobra-me outro imenso prazer quando comemoro meu aniversário com grande festa, amigos reunidos e muita música, pois um ano a mais é uma vitória a ser comemorada com pompa e circunstância.

Rubens Prata

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