7 de maio de 2011

A TIA DORA
Repentinamente invadiu-me a alma a saudades de um minúsculo momento de infância. Era o jeito carinhoso de a minha tia Dora colocar a mesa.
Estendia a toalha, ajeitava as xícaras “colorex” com pires, derramava o leite, bem fervido que naquele tempo era vendido em litros, colocava café do bule de louça e açúcar recém retirado do açucareiro. Tudo era bem doce. Cortava ritualmente o pão caseiro e, com a manteiga retirada da mantegueira untava impecavelmente até a extremidade das fatias.
Percebia-se nessas minúcias do café da manha a bem-querência da minha tia por todos que ali estavam.
Foi uma lembrança boa do fazer para os outros, do que conta na vida e do que, provavelmente, conta mais para o Criador.

R. Prata