19 de outubro de 2015

A ESCRAVIDÃO DESEJADA

A vida exige você vai,
Ficam os filhos,
Esvai-se a paciência.
A criança é educada na creche,
Na rua, com “amigos”,
Você trabalha fora,
O homem trabalha fora,
A mulher trabalha fora,
A criança é educada na escola,
Na rua, com a “turma”.
O patrão pede,
Você faz,
A mulher faz\,O homem faz,
O vizinho faz.
A criança talvez esteja na escola,
Educada pela rua, pela turba.
A televisão diz,
Você acredita,
A mulher acredita, o marido acredita,
A cidade acredita.
A crise é espalhada,
Você se sujeita,
A cidade se sujeita,
O mundo se sujeita.
A criança...Quem sabe, onde está a criança?
Você trabalha mais,
A mulher trabalha mais,
Todos trabalham mais,
A criança trafica mais.
O banco cobra,
A “autoridade” impõe,
A mídia instiga,
A sociedade cobra.
Mas...
As forças exaurem,
Você é obsoleto,
A esposa é obsoleta,
A criança (adulta) está na prisão.


Rubens Prata

2 de setembro de 2015

RECENTES PARADOXOS

 Nos EUA uma único rapaz xinga Obama através do Facebook, vai preso.

Aqui milhares xingam a Dilma, estão soltos.

Os analfabetos abastados dizem que aqui é a ditadura comunista, lá a grande democracia americana.
Outro, pede a soberania do povo e ao mesmo tempo, ditadura militar.

A velha senhora, provavelmente religiosa fervorosa
ostenta o cartaz dizendo: Deveriam ser todos mortos em 1964
Essa gente “culta, politizada”, não saberia dizer em quem votou  e por que votou.

São exatamente como um peixe ao qual se pergunta: o que é a água? Ele  responderia: o que é água?
Como esse peixe, desconhece o próprio mundo  na qual vive ou a razão de sua pobre existência assim são esses que vestem-se de verde e amarelo, ou nada vestem (pelados e peladas) para reivindicar moralidade, impeachment, etc e tal.

Não percebem que ser brasileiro não está na ostentação da roupa verde amarela,  mas no coração vermelho, branco, mulato, negro, amarelo, daqueles que por merecimento nasceram aqui ou mudaram-se para cá.

Não sabem que não foram degredados que aqui vieram nas caravelas, mas sonhadores, com o paraíso na Terra, com o Eldorado perdido, com um novo mundo que aqui se descortina.
Não notam aqui o palestino convivend  com o judeu, o turco o árabe em harmonia.

Que os negros antes de serem escravos eram príncipes.

Que os índios, não eram os índios da Índia, mas os donos da terra, caraíbas, tupis, guaranis, kaiowas, e tantos outros sábios viventes desta promissora Canaã.

Brasleiros não são o rock, o tango, o fado. Brasileiros são: rock, fado, tango, maxixe, samba, baião e todos rítmos, sons, versos e vibrações da Terra.
Brasileros são a América – o novo mundo, mas também a Europa, Ásia, África e Oceania. Somos no todo o supra-sumo de Gaia.
Somos todos filhos de Tupã - Cristãos, muçulmanos, Candonblés, umbandistas, budistas, taoistas, hinduísta,  protestantes.

Essa gente que esteve na rua dia 16 provavelmente nunca teve a experiência de ser brasileiro, de trocar uma muda de jardim com o  outro, do prazer em distribuir entre vizinhos os frutos do quintal, de matar um porco e chamar todo os moradores ao redor para repartir a carne, de empurrar o carro atolado do estranho. Enfim, da solidariedade e confraternização que nos é peculiar.

Resta muita coisa a ser feita, mas vamos fazê-la argumentando democraticamente e não demonstrando ódio, pois não é a característica da maioria do povo brasileiro, mas atributo de quem faz guerras, cria preconceitos e inimigos.


Rubens Prata

15 de agosto de 2015

EM NOME DO DINHEIRO, AMÉM.



A economia é um dogma inargumentável, um tabu .Tudo o que é feito em nome da economia deve ser acatado ao pé da letra. Contra ela, será uma heresia propor quaisquer nova ou velha ideia.
O deus da economia é o papel timbrado chamado de dinheiro ou moeda (abstração sem valor real) controlado por banqueiros que nada produzem..
Em seu nome, toda a mídia informa e se abastece, os corruptos se locupletam, ministros são trocados, direitos são tirados guerras acontecem, pessoas são executadas e o trabalho (aquele que produz riqueza real) se escraviza. .

Outras riquezas verdadeiras como o ar, água, biodiversidade, flora, minérios são roubados, privatizados e trocados por moedas pelos traidores à solta.
Em nome dessa doutrina e desse "Deus" pode-se relatar ainda um milhão de malefícios como:proliferação do tráfico, envenenamento do planeta por agrotóxicos, adulteração de alimentos, obsolescência,  adiamento da cura por fármacos e por aí afora percebe-se o preceito econômico impedindo qualquer iniciativa de melhoria ao planeta e a sociedade..
Enfim, 7 bilhões de pessoas a continuar vivendo sob a égide desse "Deus Dinheiro" e obedecendo piamente as regras dessa "igreja" chamada de economia será a perpetuação e expansão do inferno na Terra!


P.S: O que me levou, a princípio, escrever este texto foi a parábola de Jesus quanto a expulsão dos vendilhões do templo (os cambistas). Lembrei que hoje até determinadas religiões, ditas cristãs, cultuam idolatria a este bezerro de ouro "dinheiro", tal é a influência deste "Deus", do dogma econômico e de seus "rabis"(os banqueiros ou cambistas).
Por outro lado, imaginei que estaria colaborando muito pouco, se não sugerisse alguma ideia radical, caso o sistema continuasse a ser baseado em moeda, como o fim total do sistema bancário particular e qualquer moeda só seria impressa pelo governo de cada país, baseado em riqueza real produzida pela inteligência colocada em produção de bens materiais ou pela extração de riqueza do próprio solo. 

MUITA CALMA NESTA HORA

Banqueiros subtraem a Derradeira Moeda do Operário,
Exploram até sua ultima gota de suor,
São extintos Direitos,
Madames ... Batem panelas.

A grande mídia desinforma,
O povo se confunde,
O alienado compartilha,
O ignorante bate Panelas.
O juiz prende o inocente,
O culpado Pede impeachment,
O corrupto Pede moralidade,
A patroa bate Panelas.
Os EUA espionam,
Seus Agentes conspiram,
O traidor  Pede Privatização no senado,
A elite não bate Panelas.
Sombras fomentam o Confronto,
Dividem Para governar,
Inventam crises Para Explorar.
Cuidado! Muita calma nessa hora.
O joio do trigo começa a se separar,
Facistas xingam, ameaçam de morte,
Não Querem largar o osso,
O povo Já começa Notar.
A Transição Planetária Segue Irresistível;
As sombras insistem, se revoltam, estremecem.
Pressentem que terão que largar a Terra.
Portanto, muito cuidado nessa hora!
Muito cuidado nessa hora Para NÃO Ser manipulado, vigiando, evitando o Confronto Que OS conspiradores desejam, esclarecendo-se e Compartilhando esclarecimento, e Sobretudo orando, meditando, vibrando Pela Paz no Mundo e no Brasil.
Rubens Prata

2 de agosto de 2015

SOMOS TODOS BRASILEIROS

Ultimamente ando distante do Facebook, da proliferação do discurso de ódio que impera em muitas postagens pois quando abro a janela para ver o que mudou no mundo vejo que quem mudou foi eu.
Vejo que parte da humanidade não precisa mais de gurus externos quando tem em si mesma um guru interno distante dos resíduos de maledicências espalhados, dia a dia, pela mídia e pelos repercutidores dessa desinformação desatentos de suas responsabilidades sociais.
Somos todos brasileiros, este povo de convivência pacífica com todos os povos da Terra respeitando a diversidade que o mundo nos mostra sem interferirmos.
Somos mesmo antropófagos deglutindo tudo o que o velho mundo nos propõe e devolvendo com novos e saborosos temperos para o deleite de toda raça humana.
Já somos o celeiro alimentar do mundo, mas acima disso, somos semeadores de respeitabilidade entre as nações, um celeiro de esperanças, hospitalidade, generosidade, solidariedade e digo mais: Somos o sal da Terra, filhos do Sol destinados a espalhar semente de cordialidade, afeto, calor humano pelo orbe inteiro.
Sendo assim, fica-me difícil compactuar com manifestação de ódios e desentendimentos que a lugar nenhum nos leva. Fica-me difícil curtir e compartilhar discursos da destruição cujas fontes apelam para o caos
Espero que continuemos com as características que sempre nos norteou, de trabalho, honestidade, solidariedade como brasileiros naturais e racionais.(longe de manipulações diversas) e que nas Olimpíadas do Rio em 2016, sejamos exemplo de confraternização dos povos, de um povo amoroso do coração do mundo que é o Brasil.
R. Prata.
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27 de junho de 2015

DISRITMIA

A poesia das minhas palavras fugiu
Fugiu porque me atolei no charco do compromisso
Matando a fome dos meus, tentando curar o que não posso
Fugiu por disritmia, descompasso com o passo do cosmo.
A poesia envergonhada de mim... Fugiu!
Fugiu porque me encarcerei aos apelos daqueles que não pensam senão em coisas
Preocupações miúdas do pensamento amiúde
Dinheiro, casa, trabalho, reparos, comida, vida corrida.
Minha alma desesperada clamava seja! Eu fazia ouvidos moucos
Os anjos bons que repetiam: escreva! Escreva! Foram-se aos poucos
As idéias que borbulhavam nos sonhos esfriaram
Agora,por ironia, só a terrível ansiedade me agonia.
Hoje até a criatividade ficou diminuta
O prazer do trabalho virou cansaço
Tudo demora, tudo me amola
Minha alma está longe, nem me escuta.
Espero que o Universo me redima com esta confissão
Me arrependo sinceramente por querer ser normal
Quero novamente ser o reflexo de minha alma e não do meu cérebro
Quero ser sensação, emoção,
Puro tesão
Amor
O velho Rubão.
Rubens Prata

16 de junho de 2015

É PRECISO AMAR AS PESSOAS COMO SE NÃO HOUVESSE AMANHÁ

Extremamente oportuna a frase acima cantada por Renato Russo, pois é exatamente o amor com todas as virtudes que carrega que permitirá um futuro para a humanidade..
É preciso que a população terrestre passe imediatamente de sua adolescência para a idade adulta e, amor é o caminho mais rápido. Amor a si mesmo, amor ao semelhante e aos não semelhantes, Amor à Terra e toda sua diversidade.
Se assim não for não haverá amanhã!
O astro chamado de Elenim, por aqui já passou, Entortou o eixo de Venus em 90º graus, alterou os polos magnéticos da Terra e modificou todos os outros planetas do sistema solar.
Agora esperamos outro astro bem mais gigantesco, o NIBURO (também chamado de Hercólubo, planeta X, planeta Chupão etc) e como diz Nando Reis em sua música: "Quando o segundo Sol chegar e desalinhar a órbita dos planetas..." Os cientistas irão dizer muitas coisas, mas a única coisa que irá realmente valer será o amor que poderemos ter. Digo o amor e todas as virtudes que advém dele como: solidariedade, perdão, responsabilidade, compaixão, tolerância, participação etc.
Desculpe por tirar o pirulito da mão de muitos adormecidos, mas o tempo é bastante curto para crescer.
R. Prata.

O QUE PODEMOS TER, O QUE PODEMOS SER

"O que poderemos ter, o que poderemos ser". Apenas uma frase musical abre tamanha reflexão, pois o que a humanidade intensamente mais deseja e persegue nos dias atuais? Beleza física. riqueza, poder, conforto. Enfim, possuir, possuir possuir!
Com esse parâmetro como ideal, (fruto de manipulação ininterrupta que fazem-nos a milênios) não haverá recursos que sustente a ganância de quem nos manipula e o desejo irrefletido daqueles consumidores que almejam beleza, riqueza poder, possuir etc. Pois é esse o caminho do desassossego e da destruição a que estamos fadados a ter brevemente.
Por outro lado, há outro caminho a ser desejado como o da harmonia, paz, liberdade, inteiração, respeito, solidariedade e sobretudo conhecimento. Sendo este último aquele que pode nos libertar da manipulação da mídia, corporações, governos e trazer os atributos desse caminho a harmonia, paz etc.
Sinto-me compelido a mostrar estes dois parâmetros, já que a continuidade da vida no planeta exige urgentemente uma mudança radical de nossas atitudes perante a vida.
Não tenhamos medo de ser o que nos propusermos ser!
Não tenhamos medo de colocarmos idéias que não são comuns em meio à Matrix na qual vivemos!

28 de abril de 2015

VOCÊ CONHECE A MIDIOCRACIA?


Começa assim: Um contraventor, pode ser até o Cachoeira, um corrupto ou até o doleiro que acabou de ser preso que, incomodado com o representante público que bloqueia suas maracutais liga para uma determina revista, diz que o fulano (representante público) desviou verbas fez isso e aquilo.
A revista faz uma pauta, acrescenta alguns desafetos para dar "sustança" à matéria e publica.
A notícia explode na mídia televisiva, Os "calunistas" de plantão transformam-na no maior escândalo do século um grita, esperneia, exige uma atitude, diz que a culpa é do governo, dos bolivarianos etc. Um conhecido comenta: "Isso é uma vergonha!". O outro então... Bom, esse nem sabe do que se trata mas acusa a corrupção.
A notícia repercuti de manhã, no almoço, à noite e madrugada.
Dia seguinte, articulistas dos jornais impresso supõem a "suposição do suposto"
O povo transtornado liga para casa do representante público, manda E-mails, Ameaçam! A mãe do fulano enfarta, a esposa tem Símdrome do Pânico, a filha fica com medo de ir à escola.
O Senador oportunista que custa R$ 33,4 milhões por ano faz um "supositório" do acontecido e requer uma CPI para apurar os fatos com outros 81 senadores custando a mesma quantia cada um. Nomeiam um relator para passar meses estudando o caso.
O representante público é afastado do cargo.
O caso vai para a Câmara dos Deputados, o presidente da Câmara que custa R$ 6,6 milhões por ano debate por tempo indeterminado a fio com outros 513 deputados, cujo custo de cada um é o mesmo.
A mídia repercuti, repertuci, repercuti. Alguns blogs desmentem, outros confirmam.
Na tv faz-se o prognóstico da corrupção.
O caso vai para o Ministério Público. Quanto gasta o ministério público para investigar?
Esse ministério passa para o Procurador Geral da República, cujo salário é de R$ 30.675,48 por mês.
A Polícia Federal já foi acionada, planeja-se uma operação com vários policias com um olerite de mais de R$7.000 reais cada um.
A midia afirma que tudo vai acabar em Pizza, o povo acredita sempre. É óbvio!
A população não aguenta mais tanta corrupção.
Depois de alguns anos o caso já está nas mãos dos 10 ministros do Supremo Tribunal Federal, cada um deles, sem contar ajudas extras recebem R$ 28.000,00
O STF conclui o caso, não há provas, o fulano é inocente.
Enfim, o coitado, já depressivo, com a família doente não quer mais saber de nada, o povo acreditou terminar em pizza, a revista precursora do caso, não deu uma nota e a mídia...
A mídia escondeu os verdadeiros corruptos, o delator, o contraventor, o congressista!
Sem contar, despesas com funcionários, viagens, gasolina etc. Quanto pagamos por isso? Foi feito alguma coisa com a revista? E com a mídia em geral? E a despesa dos poderes legislativo e judiciário, não é a mídia que deve pagar?
Como se não bastasse, a mídia se impõe como um segundo governo dentro do governo, pois engendra no congresso e no pensamento da população as pautas, idéias, necessidades a serem discutidas fazendo com que milhares de brasileiros vivam constantemente uma “realidade” fruto de uma única maneira de ver. A dela!
Não é de hoje que a mídia causa irreparável prejuízo à nação, já que foi ela a principal protagonista da história do país nos últimos 60 anos, começando com o suicídio de Getúlio, passando pela queda de Jango, a instalação da ditadura, a propagação do neoliberalismo que dilapidou toda a riqueza do Brasil, a perda de uma eleição do Lula, a gigantesca manipulação nas últimas eleições e agora num flagrante desrespeito ao estado brasileiro fomenta passeatas, promove o caos, ataca diuturnamente a Petrobrás.
Agora imagine como o Brasil estaria sem a perda de seu patrimônio industrial, mineral, sem ditadura, sem a queda e morte de governos progressistas caminhando livre da mídia durante esses 60 anos!
A maior e a mais poderosa oposição no Brasil é a mídia, especialmente a da Globo.Oposição tão devastadora e destrutiva que supera a de todos os partidos juntos. Trata-se de um tumor maligno que consegue entorpecer até os cérebros mais vigilantes e esclarecidos. Portanto, necessário se faz que os esforços de todo cidadão consciente seja destinado a extirpar este câncer. Se assim não for, nunca estaremos livres para escolher nossos próprios caminhos.
Pois é, MIDIOCRACIA é isso, mistura da DESINFORMAÇÃO com a "IDEOCRACIA".
Opz! DEMOCRACIA.
Plim Plim!
Rubens Prata

11 de setembro de 2014

ARTE É IMPRESCINDÍVEL

A arte, como foi dito na postagem anterior, é imprescindível. Está em todo lugar, em quase todas as coisas no mundo inteiro. É ela fundamental para movimentar a produção e o comércio de inúmeros artefatos.
Apresento aqui mais um pequeno produto artístico, trata-se de mais um molde, a ser impresso em relevo no biscoito ou bolacha. É baseado no Lay-out do Colégio Tyto Alba - em Avaré.

Agradeço a  Sra. Rosana da escola Tyto Alba

 que o encomendou.

10 de setembro de 2014

ARTE É FUNDAMENTAL, INDISPENSÁVEL

Arte é fundamental, digo mesmo ser indispensável, uma vez que, é o artista na sua intimidade o criador das obras que servem de modelo ou molde para um número incontável de peças industrializadas pelas empresas de:cimento, gesso, plástico, resina, cerâmica, metalurgia, fundição,  gráfica, resina e outras. Portanto, o artista inapercebidamente contribui com a existência de milhões de empregos na indústria e no comércio do mundo inteiro.

Agradeço à Ana Maria e Benê Andrade a oportunidade de criar os moldes estilizados (modelos) do São Pedro e da N. Sra. de Fátima para sua indústria de cerâmica. Desejo grande prosperidade com a produção destas



peças.

17 de novembro de 2013

O ONIBUS PARA A ZONA LESTE



Se alguém me pedisse para falar sobre uma localidade desconhecida do mundo, eu não indicaria  Butão ou Tuvalu, por incrível que pareça, eu lembraria da zona leste da capital paulista onde apesar de morar milhões de pessoas espalhadas por inúmeros bairros, nada se sabe sobre esse lado da metrópole.

Agora tem três tipos de transportes que servem a essa região, o metrô que segue apinhado de gente até Itaquera, os pavorosos trens da Central do Brasil fabricados nas décadas de 30 e 40 sob licença da Budd (empresa norte americana) que chegam a Mogi das Cruzes através de dois ramais da linha férrea e, os inúmeros e decadentes ônibus partindo do Parque Dom Pedro em direção a diversos bairros.

A zona Leste é o lugar onde os médicos se recusam a atender, os policias fogem, o crime prolifera, o desrespeito a pessoa humana é total e nada sai no jornal porque os repórteres – classe média – nem chegam perto. No entanto,  lá mora a maioria dos trabalhadores honrados, que constroem a cidade, limpam as casas, dirigem os veículos e tudo o mais que a urbe precisa.

Os trens, sempre atrasados, são imundos, abarrotados, os guardas da linha férrea guardam com ênfase toda a truculência dos policiais do tempo da ditadura. Há nos vagões o pessoal que vive bolinando as mulheres, as gangues, a turma que antigamente fazia o pagode e hoje talvez façam o Funk, houve ocasião na qual proliferavam pregadores de aspecto grosseiro e ternos desbotados a alugar nossos ouvidos com hinos gospel e pregação fundamentalista. Tudo isso misturado com aquele odor de marmita vazia azedada e suor em abundância. O barulho é ensurdecedor, pessoas falando alto, outras cantando somados ao som das ferragens arranhando até os tímpanos de nossa alma.

É nesse ambiente ignoto que minha história se desenrola. Normalmente fico na empresa até bem tarde da noite lendo alguma coisa justamente para evitar o rush da hora na qual todo mundo sai do trabalho, me dirijo ao ponto de ônibus, espero na fila para não ir em pé e parto para casa. Mas naquele dia tive que fazer uma entrega obrigando-me a tomar a condução no meio do caminho. Peguei o ônibus no muque, ou seja, na porrada mesmo, senão não entrava, segui despencando com o ônibus com ligeira inclinação para o lado da porta por causa do peso. Pé a pé, digo pé a pé porque seria impossível dizer passo a passo naquele aperto, fui me imiscuindo ônibus adentro, o veículo fedia como o trem da Central.

As brecadas do motorista pareciam ser premeditadas para socar ainda mais os passageiros na parte da frente do transporte. E assim, pé a pé, fui me aproximando da roleta do cobrador. O barulho do motor do ônibus somado ao vozerio das pessoas era ensurdecedor, mas havia uma conversa muito estúpida acontecendo entre tantos sons me intrigando. A medida que me aproximava do cobrador fui me inteirando do fato. Havia na frente do cobrador um banco de lado atrás das ferragens que circundavam a roleta, no chão prensado entre estas ferragens e a gangue que sentava nesse banco havia um rapaz franzino caído.

O rapaz gemia e mostrava hematomas no rosto, as pessoas ou demostravam indiferença, ou tinham medo de se intrometer. Vendo aquela gente com os pés sobre o corpo do infeliz não me contive e reclamei indagando porque eles estavam agindo assim. O mais troncudo da turma disse:

--“Véio” não meta o nariz onde não foi chamado senão vai sobrar “pra tu múmia”. Indignado, sem poder me conter retruquei:

--Olha, isso que vocês estão fazendo não se faz com um ser humano, deixem esse rapaz em paz. Em meio à rizadas da turma o mais musculoso ameaçou-me:

--“Véio” vai tomar no cu! Mais uma palavra sua será você que vai apanhar. Entendeu?

Eu não quis demonstrar medo porque é justamente o pavor a porta para o abuso maior e respondi enérgico.

--Agora o mocinho quer bancar o durão. Olha menino você vai se dar mal agindo assim.

--Ahahaha! Gargalharam todos.

Naquele tempo, meu avô com 106 anos falecera há algumas semanas, não tinha bens materiais, a não ser sua cama, um radinho antigo, um baú, mesa e três cadeiras muito velhas, umas canecas feitas com lata de óleo, um velho jogo de damas, muitos livros e uma garrucha de dois gatilhos com a qual, todo ano no dia de São João, dava alguns disparos para cima. Não sei se porque era bastante velha, acontecia uma explosão gigantesca, provocava muita fumaça e o estouro se fazia acompanhar de  um relâmpago assustador. Pois bem, eu havia herdado seus livros que guardara na empresa onde trabalhava e estava levando a garrucha para casa naquele noite.

--Vocês ainda tem coragem de agredir um idoso, com problemas no coração, dores pelo corpo todo. Disse eu no propósito de amenizar a ameaça.

--É claro que sim. Idiota! Respondeu um deles já se levantando para atacar-me. Num ínfimo instante meu instinto de preservação fez-me retirar a garrucha do bolso da jaqueta e acertar com um só gatilho a testa do dito cujo bem entre os olhos.

A grande quantidade de fumaça dentro do ônibus cheio, o enorme estampido, o relâmpago de fogo, o cheiro de pólvora transformara-se em alvoroço e terror. Pessoas que nem sabiam o que tinha acontecido, se atiraram pela janela, outros desceram  se pisoteando, alguns paralisaram, as mulheres gritavam e eu assustadíssimo com tudo, ainda apontava a arma para um rapaz da turma que não fugira. Disse:

--Ainda tenho uma bala, o que você vai fazer?
--Nada, Nada doutor! Respondeu ele.

Passei para frente sem prestar atenção nas pessoas acompanhado do rapaz raquítico desta vez a passos rápidos, pois todo mundo se espremia para apearmos logo do veículo. Desci, o jovem agradeceu e sem coragem de mais palavras seguiu rua abaixo.

 Eu procurei sair de cena o mais breve possível, mas o coração  ainda estava disparado, a adrenalina não arrefecia.

No caminho, a cena do crime me acompanhava e eu pensava nas consequências. A garrucha era bem antiga, possivelmente nunca teve registro de proprietário e eu, um velho que ninguém sabia o nome e onde morava, apeei do veículo bem antes do lugar no qual costumo descer, atitude esta que confundiria quem quisesse me seguir e além do mais, não era o horário que costumo pegar  a condução. Contudo, já estava na região da zona leste onde “nada acontece”, onde todo mundo tem medo de falar, onde nada se investiga porque ninguém tem importância nenhuma e sendo assim a polícia nem vai atrás, nem repórter e autoridade nunca chegarão por estas bandas. Portanto, podia sim, ficar mais calmo.

Essas reflexões amenizaram meu coração exaltado, a adrenalina baixou e, olhando para trás constatava que ninguém da gangue do falecido estava por perto. Eu estava só e sem perigo.

Os acontecimentos deixaram-me um peso enorme no corpo, mas aqui neste lugar, não se vê nunca árvores na calçada e jardins com bancos, só tem amontoados de casas mal acabados ou faltando reboco, algumas Lan house,  igrejinhas evangélicas e muitos botecos por todos os lados.
Sentado no bar, relembrava de quando era pequenino com 10 anos trabalhando numa farmácia onde com minha bicicleta entregava remédios e ás vezes insistiam, encantados com minha pequenez, para que eu aplicasse também as injeções.

Naquele tempo as ruas não tinham calçamento e, enquanto entregava remédios procurava pelo caminho pedras bonitas para colecionar, já tinha até muitos pequenos cristais em casa, mas um dia achei uma pedra negra lustrosa como um sapato bem engraxado, era grande e tinha uma característica a mais que me encantou, pois pesava demais para o tamanho.

Peguei-a para minha coleção.

Dia após dia, quando saia e voltava para farmácia, havia um menino do meu tamanho me aporrinhando, me xingava, falava impropérios e depois saia correndo sabendo que não podia largar a bicicleta para persegui-lo. Mas naquela ocasião eu estava com a pedra pesada na garupa e atirei-a com força sem saber que atingiria sua cabeça. Foi aí que o menino caiu estatelado na calçada com o sangue jorrando e escorrendo pelo meio fio ladeira abaixo. Fiquei tremendo, apavorado larguei a bicicleta no chão quase em frente da farmácia e corri como louco em direção a um  brejo existente no bairro. 

O brejo era enorme, com taboas bem altas e quem lá entrasse ficava atolado para cima do joelho. Eu conhecia bem o local porque passava lá minhas aventuras de criança e acreditava que ninguém me encontraria ali. Fiquei escondido até tarde da noite atento para ver se alguém me procurava. Voltei para casa sujo de lama e empipocado de mordidas de muriçoca. Os dias se passaram e nunca mais vi o menino na rua. Não sei o que aconteceu com ele, se morreu, ficou paralítico ou viveu.

Quando moço, outro fato horrível ocorreu ao tentar estacionar meu Fusquinha 63, um brutamonte, guardador de carros, começou a me esmurrar através da janela do veículo porque eu estava estacionando num lugar onde ele não queria. O primeiro soco me atingiu em cheio, no segundo eu já havia empunhado um formão que estava no console e intuitivamente ou instintivamente o levantei no momento em que seu braço desfechava uma segunda pancada. A própria força e velocidade do ataque fez com que minha goiva rasgasse seu pulso jorrando sangue pelo meu rosto e corpo todo. Fiquei estático, apavorado, descuidei-me do volante até meu carro escorregando pela rua dar uma pequena batida noutro.  Um transeunte que observara o fato, disse que eu tinha razão em me defender e deveria ir logo embora antes que chegassem mais pessoas. Assim fiz, saindo com meu carrinho azul um pouco amassado.

Naquela época, trabalhava na Rua Bráulio Gomes em São Paulo num prédio dos escritórios de uma grande indústria química onde eu e alguns colegas resolvemos aprender e nos divertir fazendo pequenas esculturas com restos de móveis quebrados na ora do almoço e justamente neste dia tinha comprado formões afiadíssimos para a tarefa. Foi um desses formões a talhar o braço do animal agressor.

Agora, quem diria! Eu, Gautério Fulgêncio da Cruz, depois de velho, acabaria matando um jovem bandidinho  inconsequente.


Rubens Prata

24 de setembro de 2013

7 de agosto de 2013

NOVA TERRA


É lógico, só sei que nada sei, apenas desconfio ou faço conjecturas que a maioria das vezes nada tem a ver com a verdade. Porém, achávamos que os jovens estavam totalmente desligados da vida, dos acontecimentos, da política e de repente eles começam a se manifestar no Brasil e no mundo por todo lado. Por quê?

Desconfio (aquilo que não estamos acostumados a perceber) que eles são a geração dos ditos: Índigos - que não estávamos acostumados a conhecer e lidar antes. Penso, que para eles será preciso de uma nova educação, uma educação mais objetiva, aplicada aos problemas reais, uma educação com simplicidade sem decoreba, sem fórmulas que eles não irão usar, uma educação na prática e não só em teoria. Outra coisa, eles não tem líderes, pois no seu conceito não deve existir - talvez - o dito: Poder - e provavelmente não vão aceitar os velhos métodos de domínio e organização. Isto é,  capitalismo ou socialismo são  práticas do velho mundo, fórmulas falidas, de poder e corruptas em desacordo com um novo tipo de existência ou com um mundo novo.

Eles terão que criar uma nova forma de organização e existência  ou uma infinitamente variada  de formas de vida em sociedade. O que trará ao mundo enorme e custosa transformação causando muitas dores, mas dores estas, qe serão  necessárias para a humanidade crescer e transformar esse mundo em uma NOVA TERRA mais justa, feliz e verdadeira.

Eu estarei, enquanto viver, ao lado destes jovens e dessa transformação.


Rubens Prata

ESTATUTO DA MÃE TERRA DE AVARÉ


Todo cidadão terá consciência de que a Terra é sua casa e que não temos outra. Portanto, deverá manter a casa limpa, bem cuidada, asseada e arrumada.
1 Não poderá jogar lixo no chão em qualquer lugar do ambiente onde vive e circula.
2 Não poderá pixar, sujar, quebrar e tirar plantas, flores ou frutos de  nenhuma instalação pública ou particular.
3 A desobediência dos artigos acima acarretará em alta multa, que se não for paga no prazo será encaminhada ao SPC, impedindo assim que o infrator adquira crédito ou compre a prestação no comércio da cidade.
4 Se o delito for cometido por menores de idade a responsabilidade  do pagamento da multa será dos pais.
5 Os auto de infração e fiscalização serão emitidos pelos guardas municipais, agentes de saúde, agentes da dengue e demais representantes públicos e poderão ser requeridos por qualquer cidadão que se sinta lesado pelo infrator.
6 Fica terminante proibido cortar qualquer árvore na cidade salvo aquelas que ameaçam a pessoa  ou o ambiente e só poderão ser cortadas com o laudo autorizando o corte emitido pela secretaria do meio ambiente  e a obrigação e constatação do plantio de 3 árvores  novas com a devida proteção em volta.
7 Fica estabelecido que toda moradia com 10 metros ou mais de frente se obrigue a manter uma árvore de flores (que não rache a calçada) como: Quaresmeira, Ipè amarelo, Manacá ou semelhante.
8 O não cumprimento do artigo sétimo acarretará em aumento do IPTU.
9 Todo cidadão se obriga a manter a calçada e a guia limpa sendo que a manutenção da sujeira por uma semana corrida acarretará em multa nos moldes do item 5 inclusive pela requisição dos vizinhos.
10 Os sítios, fazendas, chácaras e fábricas  que margeiam a Rodovia João Melão, Salim Curiati, e outras rodovias de acesso à Averé  deverão manter Paineiras plantadas exatamente na divisa da propriedade com a estrada edm toda a região de Avaré.
11 O não cumprimento do item 10 acarretará em aumento do IPTU de forma crescente  a cada ano até o cumprimento da obrigação.
12 Toda  calçada com 2,5 metros de largura deverão ser calçadas ecológicas. Isto é, deverão manter um jardim de, pelo menos ,50 cm de largura de modo a absorver a água da chuva.
13 Toda calçada, seja estreita ou larga, deverão manter o mesmo nível exatamente igual às calçadas dos vizinhos em toda a sua extensão, bem como, largas e suaves rampas de acesso nas esquinas e em todos os estabelecimentos públicos e comerciais. (Isso facilitará o transito de cadeirantes e idosos com dificuldade para andar).
14 O não cumprimento do item 13 acarretará em aumento crescente do IPTU ou multa depois de um ano da promulgação  desta lei.desta lei.
15 As calçadas, muros, casas e jardins deverão ser mantidos, limpos, sem buracos e bem pintados. As casas antigas, sem jardim construídas rentes à calçada poderão dispor de jardineiras e vasos.
16 Ocorrerá anualmente o Festival do Estatuto da Mãe Terra em Avaré promovido pela Prefeitura onde estarão expostos, mudas, plantas, flores e fotos de casas e jardins dos bairros mais pobres da cidade. Ocasião a qual haverá premiação das 20 casas mais bem cuidadas da cidade.
17 Os critérios para a premiação deverão levar em conta vários fatores como: conservação da casa, pintura criativa, grafites, bebedouros para passarinhos, enfeites diversos, quantidade de flores etc.
Nota: Deverão concorrer os bairros pobres porque os bairros ricos já tem jardins e os proprietários já apresentam condições de manterem jardim exuberantes e grandes.
A premiação abrangerá 20 prêmios para que os moradores se sintam mais incentivados a melhorarem seus jardins com maior chance de prêmios.
Esses prêmios deverão variar de forma que o morador possa até comprar uma nova casinha, reformar a sua casa, acrescentar mais detalhes à moradia ou simplesmente se beneficiar pelo esforço feito durante o ano.
18 Todos os itens deste estatuto deverão fazer parte do currículo escolar de todas as escolas municipais, assim como os alunos deverão em ocasiões propícias participarem do plantio de árvores, flores, jardins e hortas com nota de capacitação  para a promoção. Ou seja, para a aprovação no ano letivo.
19 Este estatuto está aberto à todas as sugestões da comunidade avareense para melhorá-lo.


Rubens Prata

A QUEM INTERESSA OS JUROS ALTOS



NO ÚLTIMO SÁBADO PAGUEI O QUIILO DE UM TOMATÃO R$ 0,99 NO SUPERMERCADO SALADÃO AQUI DE AVARÉ, noutro estabelecimento estava R$ 1,39 o quilo. Agora, até a GLOBO que manipula a informação a fim de criar o CAOS no Brasil disse que tinha uma boa notícia A DA CESTA BÁSICA QUE ABAIXOU EM TODOS OS MUNICÍPIOS e a DA POUPANÇA QUE AUMENTOU MUITO ESTE MÊS.
Pois é, né! A presidente fez um grande esforço para baixar os juros e os spreds, abaixou, mas aí veio aquela inflação SAZONAL que todo ano sempre vem então a GLOBO com seus URUBÓLOGOS se empenhou em demonstrar que os juros deveriam subir daí notícia URUBOLÓGICA VAI, notícia URUBULÓGICA VEM diariamente e várias vezes por dia por meses a fio até que finalmente os juros aumentaram. PARABÉNS DISSEMINADORES DO CAOS!
Mas a quem verdadeiramente interessava o aumento dos juros? Para a alegria da Globo e da oposição com certeza, para alguns empresários desacostumados a produzir competindo com ética e criatividade também, mas sobretudo para os banqueiros que dominam e manipulam o mundo inteiro. Pois são eles que colocam propagandas na mídia, que financiam os partidos tanto os da situação como os da oposição, que financiam as guerras dos dois lados do conflito. Só o lucro de um banco brasileiro este ano em 6 meses, equivale sozinho ao lucro de 33 países juntos - eu li essa notícia ontem. Não nos esqueçamos também que o Brasil pagará este ano 44% de toda a arrecadação de impostos só para cobrir os juros da Dívida Interna.
Se a inflação baixou foi porque só vingou agora a medida da presidente retirando os impostos da cesta básica e porque a influência da SAZONALIDADE na Cesta básica terminou.
Nada impede que reflitamos sobre a atividade do Banco Central, sobre o prejuízo para o Brasil ter aumentado os juros. Se não seria bem melhor que esse banco não só cuidasse do aumento ou queda dos juros, mas também cuidasse para que esse juro não prejudicasse a produção industrial, bem como, o emprego. 
Rubens Prata
E que o Criador me livre de qualquer processo por ter opinião e dá-la ao público
.

O BEATNICK TUPINIQUIM


Os Beatniks foram um movimento socio-cultural nos anos 50 e princípios dos anos 60 que subscreveram um estilo de vida anti-materialista, foi nos anos 64 ou 65, mais ou menos, que os conheci pela primeira vez, tratava-se de um grupo de jovens com cabelos compridos, mulheres livres, roupas rotas e inusitadas que invadiram o Conjunto Nacional - um edifício famoso da Av. Paulista que abrigava a embaixada americana, o restaurante Fazano e muitos outros estabelecimentos famosos. Era lá que eu trabalhava como office-boy - um trabalho que nem existe mais. Pois é, esses beatinicks chegaram cheirando mal (eles não tomavam muito banho) esparramaram seus desenhos neo-surrealistas pintados a pastel pelo chão e lá se instalaram sem nenhuma cerimônia.
Embora não fossem seus desenhos de uma qualidade indiscutível, me encantei com a novidade que sugeriam e tive a coragem de mostrar meus desenhos para eles.
Foi aí que abismados com minha arte, o grupo se fechou curioso em torno de mim,  me convidaram para ir com eles à Irlanda, pois tinham um veleiro ancorado na Ilha Bela que os levaria para lá, desde que trabalhassem na embarcação.
Nossa! Tive um misto de susto com sonho de aventura, mas esquivei-me pois tinha 14 ou 15 anos, minha educação, à moda brasileira - fora bastante castrante - dessas que tolhem toda iniciativa libertária de um jovem. Além do mais, eles com aquele aspecto me pareciam, naquela época, um tanto ameaçadores. Tive medo, muito medo mesmo.
Daí por diante o espírito de aventura e de liberdade permaneceu forte em minha alma, na década de 70 participava de um grupo naturalista destes que queriam uma casa no campo, com meus livros, meus discos, meus amigos e filhos de cuca legal como a Elis cantava na época, daí juntei minhas tralhas, vendi minha casa e vim com os filhos bem novinhos para Avaré numa kombi abarrotada de coisas para ser apicultor.
Deixei de ser apicultor porque fui muito roubado e vandalizado, mas não deixei de minha arte e agradeço ao Criador todos os dias porque tive coragem, pois além de ter o que a música falava, sou pintor, escultor e vivo do trabalho que toda vida me empolgou. Tenho meus cabelos compridos, bermuda, camiseta, havaianas e é assim, livre e feliz com filhos de cuca legal que vivo em Avaré. O melhor de tudo é não ter mais nenhum medo.
Não posso dizer que sou um velho beatnick porque gosto de tomar muitos banhos e nadar bastante. Mas com certeza sou um anarquista tupiniquim.

Rubens Prata

19 de julho de 2013

30 de junho de 2013

Arte & Prosa de Rubens Prata: COATZQUIL

Arte & Prosa de Rubens Prata: COATZQUIL: VIAGEM A UM MUNDO DIFERENTE Lá estava Rogério sentado à mesa sob o guarda-sol a apreciar o pessoal brincando na praia. Tudo é divino maravi...

21 de maio de 2013

O VIOLINISTA DE RUBENS PRATA - Meus novos trabalhos - Série Projeções


Estou começando uma nova série de trabalhos que vou chama-la de:  PROJEÇÕES. Trata-se de um grupo de novas esculturas feitas especialmente para exposições. O VIOLINISTA é o primeiro da série e já está a venda.