É lógico, nem tudo é via de regra, há índios já
contaminados pela decadência e pobreza intelectual do colonizador. Digo, pelas
sombras que governam o planeta inteiro
espalhando usos e costumes inconseqüentes, guerras e misérias; roubando a vida,
a identidade e a esperança dos povos . Porém, é ainda entre os índios que se
encontra as barreiras que batem de frente contra essa destruição do tudo
nesta Terra.
Disse “do tudo” porque não se trata tão somente da
apropriação indevida de bens naturais e materiais, mas inclusive da destruição de
virtudes humanas como: honra, ética, moralidade, respeito, coragem, fraternidade, família etc.
Um povo sem identidade não tem por que lutar, não sabe
por que está aqui, para que vive, não conhece de onde veio nem reage a nada. É
escravo e serve de joguete nas mãos dos poderosos.
Pois é, por um acontecimento inusitado, resolvi resgatar o modo de vida indígena produzindo
arte pintada, esculpida ou escrita*.
Para conceber melhor meu trabalho, pesquiso culturas,
filosofias, arte, ciência*, usos e costumes nativos. Conseqüentemente me deparo com um paradigma absurdamente diferente
capaz de mudar a existência em todo lugar. Reconheço uma identidade poderosa e
nada tendo a ver com a dualidade socialismo-capitalismo; esquerda- direita,
cristão- muçulmano, pobre -rico. Vejo neste paradigma a capacidade de unir,
fraternizar, solidarizar, ensinar mutuamente. Nota-se uma sociedade que leva a
consideração pelo outro ao extremo.
Não é atoa que o poder estabelecido no mundo faz vistas
grossas e até apóia massacres de indígenas pelo mundo afora.
Não posso desconsiderar a gigantesca contribuição dada pelos negros à nossa identidade.
Rubens Prata
*escrita: Escrevi , a respeito dos índios, prosas,
versos, crônicas e Contos( como Vila dos Botocudos, OsFantasmas de Andrade
Silva) neste mesmo blog.
*As fotos se referem a minha própria produção de escultura e pintura.
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